quarta-feira, 27 de outubro de 2010

era uma noite fria, em pleno verão. eu havia passado o dia todo inquieta, chateada, e de péssimo humor. chocolate não me saciava mais, e eu não achava mais nada que o pudesse fazê-lo. não entendia o que me incomodava. estava tudo aparentemente bem, não haviam motivos pra que eu ficasse daquela maneira. escutava o dia todo da minha mãe que o que me faltava era um namorado, alguem pra compartilhar tudo, mas eu sabia, que não era isso que me fazia falta. eu sempre tive todas as cartas na manga, tinha um jogo de cada naipe, pois não queria ser pega de surpresa. nada mais poderia me pegar de surpresa. tudo já era previsível, tudo havia se tornado como aquela noite, fria. um coração amargurado, passos calculados, movimentos medidos, lágrimas reprimidas, segredos guardados. sozinha em meu quarto, já tarde da noite, lia um livro, tenta ocupar a cabeça, pra não pensar em tudo o que tinha acontecido, numa tentativa frustrada de fechar os olhos para a realidade que me cercava. foi quando eu senti, entrando pela varanda, aquele perfume, que por tanto tempo me inebriava. não pude me conter, fechei os olhos, senti melhor aquele cheiro e tive inúmeras lembranças de um tempo atrás. só acordei na manhã seguinte, com a lembrança de ter sonhado com uma ampulheta. uma ampulheta diferente, não era comum. o pó que sua âmbula superior comportava era açucar. mas após esse açucar passar por aquele estreiro espaço entre uma âmbula e outra, ele se tornava sal. achei o sonho um tanto estranho. achei aquele sonho, um tanto real.
"she used to be the sweetest girl ever .."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

acordei, e pude ver que você ainda dormia, sua respiração ainda era pesada e calma. talvez eu precisasse ficar mais um tempo envolvida nos seus braços antes de me levantar da cama, mas ao te olhar, me dei conta, de que havia um estranho deitado comigo. eu sabia seu nome, seus gostos, suas manias, seus horários, mas já não o conhecia. você já não me pegava mais no colo, não brincava com os dedos entre os cachos do meu cabelo, não fazia planos. já havia se esquecido da nossa essência, e de por quanto tempo fomos amigos, antes de virarmos o amor um do outro. mas tudo bem. eu estava ciente de que você precisava de mim. sempre precisou. do meu colo, da minha voz no seu ouvido, das minhas mãos naquela noite fria. aquele carinho, só eu sabia fazer do jeito que você gostava. seu café, só eu sabia preparar do seu jeito. me levantei delicadamente para não te acordar, não queria ter que lidar com você por mais uma vez. arrumei a casa, tirei meu pijama que você sempre amou, e fui pro chuveiro. enquanto a água fria escorria pelo meu corpo, e os meus pensamentos enlouqueciam minha cabeça, me dei conta de que nossa dependência já não era mais nossa, passava a ser sua. eu já não dependia de seu amor, seria muito fácil pra mim achar qualquer outra pessoa. voltei pro quarto, vi que você ainda dormia, do mesmo jeito em que eu te deixara. vesti meu jeans velho e aquela blusa preta que você me deu. saí de casa sem rumo, sem deixar bilhete, sem te dar um beijo. um tempo depois de caminhar por ruas, ver casais aparentemente felizes, decidi abandonar as aparências. não há mais nós. agora há apenas "eu", e "você", separadamente. ninguem acreditaria se eu dissesse que quando estamos a sós não há mais brilho em seus olhos ao me ver, não há mais amor em sua voz, já não saem mais palavras doces de sua boca. mas tudo bem, amor. para todos os nossos leitores, a vilã da nossa estória e você o bom moço que se enganou ao confundir a bruxa má com a princesa. apenas com aquela minha ligação pra você, foi o fim da nossa estória, o fim daquela fraude. e eu parei de me importar, virei mesmo a bruxa má, endureci o coração. não aceitei seus pedidos de perdão, jurei não voltar mais atrás, e continuei assim. posso ter sido tachada de ruim, mas ruim mesmo era ter que beijar uma boca todos os dias, sem sentir amor.
"baby, your secret is safe."

domingo, 24 de outubro de 2010

"desde pequenina aquela menininha sonhava com seu príncipe encantado, que chegaria em um cavalo branco, lhe daria um beijo apaixonado e a resgataria de todo o mal. já desiludida, passa a sonhar com um sapo, que talvez depois de um beijo passe a ser o príncipe que ela tanto esperou, mas que nunca chegou. cansada de testar sapos errados, alguem lhe avisa, que os príncipes não existem. frustrada, ela tenta imaginar porque perdeu tanto tempo, atrás de uma coisa, que na verdade, não existia. a partir daí, lhe foi imposto um certo padrão do que chamamos de amor. ela escutava sempre que tal pessoa encontrou a metade da laranja, o outro encontrou a tampa da panela, e que "sempre existe um chinelo velho para um pé cansado". ok. mais ilusão para a cabeça da pobre menina. agora ela vai em busca de alguem que complete todas as suas falhas e que escute todos os seus problemas, mas que não tenha problemas, e se tiver, que não os compartilhe. ok. quem foi que disse que uma pessoa foi feita obrigatoriamente para completar a outra? ela vai então, em busca de alguem que seja seu oposto, que faça tudo diferente, tenhas gostos diferentes, um jeito diferente e um físico diferente. afinal, pólos opostos se unem, certo? o positivo se une apenas com o negativo e vice-versa. ok. quem foi que disse que pessoas opostas se atraem? depois de um tempo tentando, procurando, pesquisando, ela não encontrou sua metade da laranja, e nem seu oposto. passa a ouvir então, novas histórias, muito diferente das que ela costumava escutar. "homem é tudo igual, nenhum presta", "não, não. homens são diferentes. um é pior do que o outro". e dessa vez ela se frustra de vez, e desiste de correr atrás do amor."
nos baseamos em teorias pré-fabricadas, ao invés de tentarmos nossas próprias experiências. tal coisa é errada, outra coisa faz mal, a outra é só pra adultos .. deixamos de viver nossas vidas, e passamos a viver a vida de outras pessoas, da maneira que eles querem. confundimos amores, brigamos com o coração. brigamos com a vida, porque ela não corresponde as nossas expectativas. mas esquecemos de brigar com nós mesmos, por estarmos nos enganando, vivendo com uma falsa alegria. aqui, entre nós .. seu mundo não gira ao redor de ninguem, ninguem é o ar que você respira, você não pensa naquela pessoa todos os segundos do dia. sua felicidade, só depende de você mesmo, tudo o que você precisa, está dentro de você mesmo. todos nós nascemos completos, não precisamos de alguem para nos completar, nem nunca precisaremos. ao invés de desejar alguem que nos complete, precisamos passar a desejar alguem que some, que multiplique tudo o que há de bom em nós. ninguem é destinado a viver eternamente com ninguem. amores não são coisas marcadas e escritas pelo destino. acontecem, e pronto. não há maneira de controlar ou negar. não adianta querer fazer cálculos e achar uma fórmula. amor não é matemática, não é uma ciência exata. aconteceu, fudeu.
"porque o amor é feito bebida: tem que tomar a dose certa."

terça-feira, 19 de outubro de 2010

aquela mania de perfeição a acompanhava desde pequena. mulheres deveriam parecer barbies, deveriam saber cozinhar, lavar, e passar. ser discreta, não usar roupas curtas, respeitar todas as vontades dos homens. não ter vontades, e quando tiver, reprimí-las. e ela cresceu. não deixou de ser uma criança, mas já tinha tamanho, postura e comportamento de mulher. começou então a questionar tudo o que sempre aprendeu, tudo o que sempre a forçaram a acreditar que era certo. deixou de querer atingir a perfeição, desistiu de se obrigar a usar vestidos de tamanho adequado (ao que julgavam ser adequado), desistiu de reprimir todas as suas vontades. foi julgada e maneira errada, mas isso serviu para aprender que em sua vida, sempre iam querer mudá-la. seus gostos, suas maneiras, seu jeito de falar, de se vestir e de andar. seu cabelo, suas roupas, sua personalidade. ao deixar de ceder aos homens, foi tachada de ruim, de rebelde. e mais tarde, desistiu tambem de se importar com tudo o que pensavam e falavam a seu respeito. deixou de lado tudo o que sonhavam para seu futuro, e passou a se importar com sonhos próprios, que ninguem poderia dizer estarem certos ou errados. passou ter amizades com pessoas mais velhas, passou a aprender mais com elas, foi amadurecendo cada dia mais com tudo o que o mundo ia lhe impondo, e ela não reclamava disso, até então. mas tudo o que não segue um curso natural, depois gera as consequências. ela não esperava ter de enfrentar tudo o que um crescimento precoce poderia lhe causar depois. perdeu a ingenuidade, a inocência muito cedo. talvez ela preferiria que não fosse assim. entendeu tambem, que enquanto ela exigia exatidão em tudo o que fazia, as coisas e pessoas se tornavam cada vez mais imperfeitas. os sentimentos já não eram mais exatos, o amor da vida dela já não era mais sua família, o amor já não era mais aquele amor que já nasce dentro de nós. passou a ser um amor que a vida lhe ofereceu, deu em suas mãos, e ela, que ainda guardava algo do que a mãe lhe ensinara, o recebeu de bom grado, abriu as portas de sua casa, seu coração, para acomodar um forasteiro, alguem que ela não imaginava que poderia lhe incomodar algum tempo depois. deixou de exigir exatidão em tudo o que fazia, e assim, passou a viver mais. sentimentos não são exatos, não podem ser calculados ou medidos. sentimentos já não podem ser controlados.
"onde já se viu, o mar, apaixonado por uma menina?"

domingo, 17 de outubro de 2010

aquele frio habitual parecia ainda estar mais rigoroso naquele dia manhã, talvez pelo fato de que após uma longa discussão, eles, pela primeira vez, não haviam dormido abraçados, como faziam habitualmente. acordaram no mesmo momento, e assim que viram que estavam com os rostos muito próximos, se afastaram rapidamente. ela escova os dentes, lava o rosto, troca de roupa, e monta sua mala. pronta pra ir embora, já não podia mais ouvir tantas coisas ruins vindas da boca que lhe beijava. ele sem parecer se importar, entra no banho, e ela então, finge não escutar o choro do amado. já passada um pouco a tensão do amanhecer, ambos estavam em frente a lareira, ainda discutindo, cada um em uma ponta do sofá. já não podendo mais escutar tantas coisas que lhe rasgavam o coração daquela maneira, ela caminha até a porta, diz estar indo embora, mas continuam a discutir. enquanto ela se levanta, ele sem querer, permite que uma lágrima escape de seu olho, já cheio, e pede para que ela volte, que não o abandone, pois ele ficaria desorientado sem a presença daquela que o acordava todas as manhãs com um beijo de bom dia. ela volta, como ele havia pedido, e senta no chão encostada nas pernas dele. após um minuto, ele se acalma, e é ela que passa a chorar. o amor dos dois era evidente, não havia como esconder que a dependência já era recíproca, e nada iria mudar isso. ela ajeita o cabelo, lembrando que mal se olhou no espelho pela manhã, e ele então bagunça o cabelo dela, daquela forma que ela mais odiava que seu cabelo ficasse, mas da forma que ela mais amava que ele o fizesse, ele então diz aquelas três palavras de sempre em seu ouvido e ela não consegue conter um sorriso. o eu te amo dele sempre encerrava uma briga. ele se junta a ela no chão, enquanto ela se aninha em seu colo, fazendo logo com que o frio vá embora. nem toda a lenha, e o fogo daquela lareira foi capaz de substituir o calor do corpo do outro.
"mas se eu digo venha, você traz a lenha, pro meu fogo acender .."

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

já parado em frente ao prédio dela, ele contava os minutos. os ponteiros do seu relógio pareciam nunca alcançar a hora em que ele havia combinado com ela que chegaria para buscá-la. quando finalmente o relógio resolveu cooperar, ele já não podia esperar. subiu as escadas correndo, e ao se deparar com a porta do apartamento dela, já havia perdido o ar. só não conseguia distinguir, se sentia falta de ar por causa da corrida, ou porque estava prestes a vê-la novamente. aquelas duas batidas na porta já eram quase uma marca registrada. antes mesmo de abrir a porta, já era possível sentir seu perfume, ele sonhava com esse momento. eles sempre se relacionaram muito bem, era tudo ótimo entre eles, desde o olhar e a conversa, até o sexo e o after. ela então abriu a porta, e quando a olhou, foi como se tivesse perdido o chão sob seus pés, foi preciso parar um segundo e se lembrar de como se respirava. com apenas um olhar, e apenas um abraço, os dois já mataram parte da saudade. incrível a maneira como os dois conversavam apenas com o olhar. todos os sentimentos que ambos sentiam pelo outro transpareciam através de seus olhares, e era muito fácil para o outro traduzir esse sentimento. após algum tempo a olhando fundo nos olhos, ele percebeu, que ela sentia falta de algo, que ela precisava de algo novo, que ainda não tinha. ele a conduziu então até o carro, e com aquela gentileza de sempre, abriu a porta e acariciou seu cabelo. era raro encontrar alguem como ele. um homem de cabeça feita, determinado, mas que mesmo assim, sabia respeitar, cuidar, e lidar com uma mulher. saíram então, sem rumo, sem saber aonde ir ou a que horas chegar. caíram na estrada, mas os pensamentos dele ainda estavam fixos naquele olhar dela. ele não conseguia parar de imaginar o que lhe faltava. foi então que os olhos dele brilharam. ele parou o carro ainda na estrada, e sem uma palavra se quer, a tirou do carro. se olharam rapidamente. ela com um olhar de curiosidade, e ele com um olhar de esperança. foi nesse mesmo momento, que ele entendeu pelo que ela ansiava. com os braços envolvendo a cintura dela, ele pensou, ainda com os olhos fixos nos dela, e entendeu então o que ela precisava, ele ia fazê-lo de todas as formas que pudesse. "volim te, jeg elsker dig, te quiero, rakastan sinua, je t'aime, ti amo, jeg elsker deg, te iubesc, ich liebe dich, i love you, eu amo você", e foi nessa última língua que ele lhe deu um beijo completo, tão completo quanto agora estava todo o interior dela.. 
"só de me encontrar com seu olhar já muda tudo .. "

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Meu "Quem sou eu" antigo do orkut.

Pra falar bem a verdade, essa pergunta do Orkut é meio idiota. Qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, está em constante mudança. A única coisa que prende todos desde o início da vida, é o nome. Então tá, eu sou a Camila Gonçales Cortez. Mas tantas pessoas, no mundo todo, tem nomes iguais! O que as diferencia umas das outras? É a sua personalidade, quem você se torna no meio em que está, e quem você é de verdade.

E essa história de que “quem se define se limita”, é mentira. Quem não se define, é porque não se conhece, mas quem não se conhece, não conhece nada. A primeira parte, você já sabe, o meu nome. Sorocabana, nascida dia 23 de julho. O resto são características físicas, e essas, você pode ver muito bem.

Mas o que ninguém consegue ver e interpretar corretamente, é tudo o que se passa dentro de cada pessoa. Logo na primeira vez que você olhasse pra mim, o que você diria? Que eu não aparento ter a minha idade? Que eu parecia ser bem mais metida e mimada do que sou depois que você me conhece de verdade? Pois é, nem tudo é o que parece. As aparências enganam.

Não tenho medo de dar a cara a tapa. Se a minha aparencia diz que quando eu quebro a unha, eu choro, ela engana, e muito. Brigo, bato o pé, e faço bico. E não ligo que os outros me chamem de troublemaker, porque eu até faço jus a esse nome quando me cutucam. "Confusão eu não arrumo, mas tambem não peço arrego".

Nunca me coloco acima de ninguém, porque sei que não sou superior ou inferior. Sou sincera até demais, e acabo magoando a mim mesma por falar coisas que não devia. Mudo dia após dia, procurando melhorar ao invés de regredir.

Sou extremamente chorona. Tenho mil e uma manias. Me apego facilmente a coisas e a pessoas, e por isso acabo sofrendo mais facilmente ainda. Não sei fazer nada sem ser oito ou oitenta. Falo alto demais, mas sei ter discrição quando é preciso.

Confesso que não sei amar só um pouco. Ou amo loucamente, ou não chego nem a gostar. Mas também confesso que minhas emoções são um livro fechado e lacrado. Não sei dar grandes expressões de amor. Mas amo cada uma das pessoas que eu mantenho por perto, porque se eu não amasse de verdade, nenhuma delas estaria comigo.

E quanto ao amor, vemos pessoas todos os dias dizendo umas pras outras que matariam e morreriam por você, ou por outra pessoa. Mas elas realmente estariam dispostas a isso? Essa pessoa se importa tanto assim? Ou só está mentindo? Eu sou o tipo de pessoa que prefere ficar em silencio ao invés de soltar mentiras sem nem perceber o que está falando, e que depois poderá magoar as pessoas.

Brigo por qualquer coisa que eu tenha por direito, ou que eu sonhe em ter. Não retrocedo nenhum centímetro enquanto sei que estou certa. Corro atrás dos meus sonhos até eu ver que não dá mais, então eu paro, respiro, e volto a perseguir os meus objetivos.

Não vou mentir que sou a pessoa mais amável do mundo, porque eu realmente não sou, ainda mais com quem não gosta de mim sem motivo algum pra isso. Não desejo o mal de ninguém. E gente cuidando da vida dos outros, pra mim é insegurança.

Traço meu próprio caminho a cada novo dia, sem me importar pra opinião alheia, afinal, se eu for ligar pro que os outros falam, eu passo a viver minha vida, baseada na vida deles, e se eu fui abençoada com uma vida, é porque eu devo escrever uma história diferente da dos outros.

Aprendo com os erros dos outros, mas sofro com os meus.

Gosto de voar mesmo, mas sempre mantenho um pé bem firme no chão, porque sei que a realidade, por mais dura que seja, é aonde eu tenho que viver. Mas nem por isso eu deixo de sonhar, deixo me abater. Eu continuo sempre em frente, mantendo a fé em Deus, a cabeça erguida, seguindo pelo meu próprio caminho, traçado por linhas incertas, mas com a certeza de que estou seguindo meu coração.

Pode ser que você tenha ficado mais confuso ainda, mas eu não ligo. Escrevi tudo o que queria, e deixo aqui, pra quem quiser ler. Essa sou eu .. Mas e você? Quem é? :)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"pare agora. não faça movimentos bruscos. não tente reagir, eu sou mais forte que você. você já esteve aqui por tanto tempo, mas nunca ajudou em nada, pelo contrário, só atrasou. nunca fez diferença, nunca mudou nada, nunca marcou sua presença aqui, e quando marcou, foi porque deixou uma cicatriz enorme em um outro alguem, ou até mesmo na pessoa na qual você ocupava lugar. espero que você não volte mais, aliás, não volte, não volte mesmo, você já não é bem-vindo aqui. não há mais volta. essa é uma via de mão única, não há retorno. já que você deixou seu lugar vago, eu tenho todo o direito de ocupá-lo. agora já é tarde demais para você voltar, não há mais saída alguma pra você. não insista, não perturbe, você já não me controla mais. agora que já entendeu, pode ir embora, mas vá rápido, não te quero mais aqui, pra ser sincero, ninguem mais quer. não há espaço para nós dois aqui, e agora, quem ganhou essa vaga, fui eu." diz a frieza ao amor.

is it getting better, or do you feel the same?

domingo, 3 de outubro de 2010

um tempo depois de ter se encontrado, achou melhor fugir. como se nesse tempo todo ela não tivesse reparado em si mesma, e no caco em que ela havia se tornado no decorrer dos anos, ela finalmente se olhou no espelho. até então, ela não havia encontrado grande problemas em sua aparência, mas passou a encontrar problemas enormes no que ela carregava dentro de si. começou então a ver seu interior, e todos aqueles sentimentos bagunçados, embaralhados, trocados, finalmente transpareceram. e ainda couberam mais sentimentos, todos ruins. angústia e raiva agora abriam espaço nesse interior flagelado. foi só então que ela percebeu, que todo o tempo em que ela se anulava para ajudar as pessoas a seu redor, foram criando um problema horrível, cada dia somando, somando, somando, somando, somando .. e todas as vezes em que ela amava - ah, maldito seja o amor - ela se machucava, e a ferida ainda não cicatrizada, voltava a doer, muito, após mais uma experiência frustrante - que eram incontáveis - e quando ela deu por si, estava nessa situação. mas quando ela mais precisava, ninguem estava por perto, ninguem viria enxugar suas lágrimas, nem dizer que tudo ficaria bem, e ela se perguntava aonde tinham ido parar todas aquelas pessoas a quem ela um dia estendeu a mão, as duas mãos, cedeu tudo o que tinha, abriu seu coração. ela havia disponibilizado seus ouvidos para ouvir todo e qualquer lamento, suas mãos para afagar as suas costas, a boca apenas para dizer palavras de conforto .. e nesse mesmo momento, ela se perdeu dentro de si, e achou melhor, novamente, se perder, para nunca mais se reencontrar.
"because i'm broken, when i'm open, and i don't feel like i'm strong enough .."